sexta-feira, 30 de julho de 2010

Tempo da vida

Percebo que o tempo passa
E com ele diminuem as esperanças
De um mundo melhor

Sofro por cada segundo perdido
Cada sorriso tímido
Que dei por dar

O amor escondido
A flor que ao brotar
Eu deixei de notar

Sonhos morrendo
Agonizando
Por uma ajuda inesperada

Momentos inesquecíveis
Só restam lembranças
De que algumas nem me lembro mais

As palavras bonitas
Que não pude escutar
Pois estava surdo

A vida é assim
O tempo passa
Para que outro possa ter a oportunidade de viver

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Uma flor desconhecida



Um certo dia
Eis que uma flor nascia.
Entre tantas outras
Era apenas essa que se via.

Suas pétalas ainda pequenas
Algo já dizia.
De um mundo distante
Aqui na terra se estabelecia.

E assim a pequenina flor
Ali crescia...
Pétala por pétala
Naquele mar verde aparecia.

Ela bela depressa ficou.
Em poucos meses
Seu olhar havia mudado...
Amadurecia.

Claro que algo não estava certo.
As outras flores sumiam ao redor dela.
Algumas outras admirados com sua beleza,
A copiariam.

De repente ela se enfraquecia
Suas tingidas pétalas
Por cima das outras
Caiam

Seu semblante
Apagaria.
Triste
Ela morria

Tempos depois
Algumas flores nasciam
Mas igual àquela
Ninguém mais via




Esta eu dedico a minha mãe.

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Andar a pé

Andar a pé...
As flores
Os ventos
Ganham vida.

Palavras perdidas
É possível encontrar
Os detalhes
Estão em qualquer lugar

Como é bom sentir o ar
Entrando e saindo de minha carcaça
Poder notar alguém sorrindo
Por uma simples graça

Quando estou de automóvel
Nada disso enxergo
Apenas ouço barulhos estranhos
A beleza some, os pássaros morrem

Tudo passa depressa
Ou tudo devagar
Sem um ritmo constante
Para poder me adaptar

Não vou negar
Tenho um carro
Mas é sem ele
Que sinto respirar

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Andante - Schubert

Vontade de chorar
Tenho ao escutar
Estas melodias sinceras
Delicadas...

Cada segundo
Estes acordes,
Suspiram junto de meus ouvidos
Palavras de amor.

Não canso de observá-las
Suas notas de tão doces
Lembro-me daquele pêssego
Colhido em algum pé no sul da França

Uma batida da tecla do piano
O lamento do violino
Fazem com que meu coração vibre
E comece a dançar ao mesmo compasso

Sem mais palavras
Sigo por aqui
Viajando com estas belas seqüências
Que estou aqui a ouvir.

quinta-feira, 15 de julho de 2010

O vírus do século 21

A futilidade tomou conta
Esse virus que poucos tem a sua cura
Se tornou uma peste
Para a juventude serena...

Uns falam em viagem
Outros de mulher
Quando na verdade
Não se sabe o que quer

Os sintomas deste virus
Irei citar
Caso apresente algum deles
deverá se preocupar.

Vamos lá,
Os sintomas são:
Prepotencia,arrogância,ignorância,interesse,
Entre outros..

A faixa etária é de 18 à 35 anos
Caso não se encontrar dentro dela
E apresentar alguns destes sintomas
Procure algum especialista imediatamente.


Muito fácil de contrair esta doença
Para previnir
Basta apenas
Você ter o domínio de si

A verdade é:
Não tem uma receita médica
Possuimos anti-corpos para esta peste
Devemos apenas descobri-los e colocá-los em prática.

Segundo Sócrates...

O que seria inteligência?
É capaz de medi-la?
Muitas pessoas se rotulam como tal,
porém ao refutá-las
encontramos o mal...
Mal que como já dizia Sócrates segundo Platão,
significa o não saber ,
a ignorância,
a não razão.
Pois então, como definir a inteligência humana já que nós mesmos não somos capazes de atingi-la?!?!Este paradoxo acompanha a humanidade desde seu surgimento,pois ao nos rotularmos como sábios estamos restringindo o saber ,encaminhando assim para a futilidade.Por isso, sábio é considerado aquele que nada conhece.
Talvez possamos até achar alguém inteligente por sabermos menos que ele. Mas e aquele que sabe mais?
Por isso confirmo aqui a tese do pai da Filosofia:
“Só sei que nada sei” Sócrates.
O saber é a essência da inteligência , das virtudes e da bondade.
Precisamos sempre aprender e apreender fatos e ensinamentos,pois só assim vamos realmente notar e agir como um humano inteligente.

terça-feira, 13 de julho de 2010

Meninos do CAL

Aqueles meninos
Cresceram..
Se transformaram
Em grandes homens.

Porém, a rivalidade
Continua...
Claro,um pouco mais barriguda
Mas continua

Gladiadores que decolavam
em algumas rampas
Para tentarem se garantir
Numa jaula de leões

Hoje se reúnem
Com alegria
Para apenas participarem
De mais uma confraternização

Mas a tal rivalidade
É que proporciona esta felicidade
Talvez, senão fosse ela..
Seriamos apenas colegas de profissão

domingo, 11 de julho de 2010

Um dia para uma mulher

Aquele dia lindo
Voou e foi embora.
Mariazinha chorou
E atrás dele ela também voou.

Nunca tinha vivido algo assim
Conheceu alguém
Que depois de dois minutos
Se apaixonou...

Carlos era misterioso
E nada de sua vida falava
Apenas a olhava
De uma maneira única

Tudo aconteceu
Ela realmente se entregou
Se conheceram, conversaram
Fizeram amor

Ao acordar,
Mariazinha vira para abraça-lo
E lá ele não mais estava
Indignada ela o chamou


Nunca mais daquele dia se esqueceu
Só chora...
Sua vontade de viver criou asas
Para poder ir atrás daquele dia que se perdeu

sexta-feira, 9 de julho de 2010

Retrato

Sinto estar apagado
Não reconheço o meu retrato
Nada de rugas
Transparecia alegria

Hoje noto que estou diferente
Meu sorriso amarelado
Reflete aqueles desejos que de tão maduros
Apodreceram

Mas uma coisa vos digo
Estou vivo
Não me darei por vencido
Encontrarei o meu caminho

O caminho será da renovação
Cada metro que eu percorrer
Mais novo irei me tornar
Para aquele retrato eu me recordar...