quarta-feira, 24 de novembro de 2010

O Atelier

No meio das estradas sombrias
Uma casinha havia.
Era triste, abandonada...
Rebocada e descolorida.


Todos que por lá passavam,
Curiosos questionavam.
O que aquele homem sujo
Fazia ali parado;


Todos os dias
Ele parecia solitário.
Olhar vazio,
Perdido naquele céu estrelado.


Pouco tempo depois
Um rapaz não o viu.
Resolveu no acostamento parar
E na casa adentrar.


Quadros quebrados
Tintas espalhadas.
No cavalete uma tela branca
E em cima do móvel, uma carta.


Um artista
Que aos trinta
Perdeu sua mulher
E a filha.


Uma vida, uma morte.
Tudo se explicou.
A inspiração morreu.
Juntamente com o seu amor.

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